A única certeza que hoje tenho é que entre a vida e a morte, todos nós podemos fazer uma grande diferença, principalmente, se aceitarmos que temos que construir nossas próprias histórias, independente dos pais que tivemos, dos amores que deixamos de viver, ou, das tradições que muitas vezes sufocam aos que se sentem obrigados a mantê-las como pequena e fraca chama que leva a muitos aos caminhos do engano e do fracasso.
Aceitar a própria história não é repousar no caminho do acaso, mas, ao contrário, é dar ao acaso o destino que desejamos ter e, para encontrarmos essa direção, basta que recorramos aos nossos sonhos não nos permitindo ser arrebatados pela letargia contemporânea, essa que coloca seu preço em cada um de nós como se estivéssemos numa grande vitrine de artigos de terceira categoria, pois, os de primeira, para esse mundo adoecido, infelizmente, tem rodas, tem o brilho fosco e impreciso do metal, além da limitada pretensão de segurança em decorrência da falsa ilusão dos saldos que forjamos com dívidas impagáveis e dilaceradoras, essas que fazem milionários assentarem-se nas escadarias da miséria emocional, os tornando maltrapilhos em seus sentimentos e escravos do domínio que permitem estabelecer sobre suas próprias existências
Reencontre-se a cada manhã, reinvente-se a cada instante, enterre o ontem e celebre o hoje sem desmerecer suas lágrimas, entretanto, valorizem a capacidade em sorrir, mas, nunca se esqueçam do valor das lágrimas que regaram seus jardins, pois, as vezes, eram as únicas gotas de água que os saciaram na caminhada por tórridos e silenciosos desertos.
Rompa com as miseráveis tradições, essas, que muitas vezes, os fazem lutar por tudo aquilo que nada tem haver com suas histórias, por mais que nelas estejam calcadas as memórias de seus antepassados, as mesmas jamais poderão mover o futuro e se não nos desfizermos desse material, poderá sim, enterrar nossos presentes, tornando nossas conquistas apenas um conto de fábulas que não nos pertence.
Permita-se enterrar seus mortos, mas, jamais desconheçam o imprescindível valor da gratidão, afinal, se não soubermos a importância que as pessoas tiveram em nossas vidas, possivelmente, desconheceremos as nossas verdadeiras virtudes, e assim, nos colocaremos diante as tênues etapas da vida cheios de sentimentos de culpa ou arrependimentos em não termos feito do agradecimento a verdadeira despedida daquilo que já não mais necessita ser vivenciado a cada instante de dúvida.
Não se esqueça em reconhecer seu imensurável valor, esse que se renova a cada manhã, sempre estando a sua espera para que consiga estabelecer novas e imprescindíveis buscas e conquistas cada vez mais importantes para a concretização de um projeto pessoal, onde, você é a ator principal, não dependendo de juízos de valores, ou, conceitos que queiram, muitas vezes, nas frestas de nossas fragilidades, furtar nossas grandes buscas ou, matar impiedosamente nossos tesouros mais preciosos, nossos sonhos.
Saiba encerrar os amores, afinal, os mesmos, somente são fontes inesgotáveis de prazer e alegria, quando não colocam sobre nós peso maior que não possamos suportar. Isso, caso permitamos que aconteça, consiste num ato de auto-extermínio, num atentado contra a identidade, e os que a perdem, não saberão como lidar com a imagem refletida nos espelhos da existência, e caso não consiga reconhecê-la, isso o fará sempre buscar o que é seu no outro, tornando-se um escravo ou servo das vontades, desejos e sonhos alheios.
Aprenda a reconhecer DEUS passeando nos jardins de sua história, contemplando a paz e a grande possibilidade de vivê-la, mesmo diante dos mais cansativos combates. A vida não se encerra por existirem batalhas, mas, esvai-se na ausência de sentido e necessidade em lutar todos os dias com a estratégia e valentia de um guerreiro, porém, jamais, sem perder a suavidade de um poeta e a harmonia de um trovador.
O ano de 2013 está aí anunciando seus últimos dias e mensurar perdas e ganhos nesse período é muito natural. Quantas são as pessoas que pensam apenas naquilo que perderam, mas, se esquecem em imaginar, principalmente no campo afetivo, que se houvessem investido no que não mais existe, investiriam apenas na vaidade do ter e jamais no grande sentido que há no amor, que é o ser.
Portanto, viva! Lance-se aos desafios, renove-se e não se esforce jamais para agradar exaustivamente a quem quer que seja. Lembre-se, há um projeto onde a pessoa mais importante é aquela que está lendo essas palavras.
Boas festas a todos, um próspero e feliz ano novo!
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