sábado, 21 de dezembro de 2013

Os goianos e o complexo de vira-lata

Expressão criada pelo escritor e dramaturgo brasileiro, Nelson Rodrigues, "complexo de vira-lata" está associada a baixa auto-estima dos brasileiros. "Não encontramos pretextos pessoais ou históricos para a auto-estima", disse o escritor. E, talvez, seja essa a explicação para que nós, goianos, insistamos no erro de eleger corruptos e desqualificados para comandar a política goiana. Que outro fenômeno pode explicar, por exemplo, votações capazes de eleger para deputado um verdadeiro beócio que não faz outra coisa, senão atentar contra a idoneidade do parlamento goiano? Como é possível elegermos pessoas denunciadas por crime de corrupção, como um vereador eleito em Goiânia, em 2012, que juntamente com Wladimir Garcez, Amarildo Pereira e outros, é acusado de desviar mais de R$ 7 milhões destinados ao pagamento de contribuição previdenciária da Camaragyn? Por que somos capazes de eleger para o comando de um município um cidadão condenado por estelionato? Por que elegemos filhos de deputados que não possuem a menor condição de representar-nos no legislativo? Por que "compramos" tão facilmente a hipocrisia dos políticos desonestos? Por que somos incapazes de crer num vídeo, numa gravação de áudio que mostra um político corrupto sendo beneficiado por esquemas de corrupção? Por que um corrupto abastado de dinheiro roubado, tem o respeito da maioria dos brasileiros? A resposta corrobora a máxima do complexto de vira-lata: não temos auto-estima. Não é possível que não haja pessoas honestas na política que mereçam o nosso voto. Inadmissível é votarmos em idiotas que fazem do parlamento goiano um verdadeiro circo. Impensável é sermos representados por espécies que são infinitamente inferiores a nós no quesito moral. A máxima jurídica de que "todos são inocentes até o trânsito em julgado de ação penal condenatória", aplica-se, tão somente, a esfera penal. A política, como todos os atos da vida humana, são tutelados pela moral e nós, que não nos locupletamos da corrupção, podemos, e mais do que isso, devemos, formar um juízo moral de todos os que se apresentem para nos representar. A dignidade de uma pessoa de bem não permite que ela seja representada por quem é desprovido de probidade.

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