quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

PMN filia citados na Monte Carlo, O que esperar desse partido?

Com nova direção, quando recebeu filiações que visam as eleições de 2014, o Partido da Mobilização Nacional (PMN) passou a abrigar em Goiás figuras políticas que tiveram os nomes citados no caso Cachoeira. São eles a ex-chefe de Gabinete do governador Marconi Perillo, Eliane Pinheiro e o empresário Walter Paulo, que assumiu a presidência do partido em Goiás.
Comprador da casa do governador, Walter se tornou uma das figuras centrais da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar o envolvimento de políticos com o esquema do empresário Carlos Augusto Ramos. Em articulação que teria envolvido o comando nacional da sigla, ele assumiu a presidência do diretório regional e pretende disputar vaga de deputado federal.
Paralelamente, o partido passou a negociar novas filiações e chegou ao nome de Eliane Pinheiro.
Segundo o secretário-geral do PMN em Goiás, Francisco Assis, ela teria manifestado interesse de entrar para a “militância partidária”. “Depois disso, intimei ela a ser candidata. Não sei se ela vai topar, mas vamos convocá-la para ser deputada estadual”, diz.
Afastada do governo estadual por ter sido citada no escândalo do ano passado, Eliane aparece em gravações da Operação Monte Carlo em conversas com Carlinhos Cachoeira a respeito de indicações para o governo e um alerta ao prefeito de Águas Lindas, Geraldo Messias (PP), sobre operação policial que ocorreria na cidade. Ela se negou a depor à CPI do caso Cachoeira no Congresso.
Meses depois, passou a trabalhar na campanha do deputado federal Jovair Arantes para a Prefeitura de Goiânia. Ela não foi encontrada até a conclusão desta edição.
De acordo com o secretário-geral do PMN, a presença de políticos que tiveram os nomes envolvidos no escândalo do ano passado não prejudica a imagem do partido. “É preciso ressaltar que o Walter não foi envolvido. Ele apenas comprou uma casa, tudo não passou de desinformação. Com a Eliane é a mesma coisa. No fim de tudo isso, tenho certeza de que os dois ficarão com o papel não só de inocentes, como de injustiçados nessa história.”
ELIANE PINHEIRO (ex-chefe de gabinete de Marconi)
OUTROS NOMES
Conforme o apurado pela reportagem, apesar de continuar filiado ao PSDB, o ex-vereador Wladimir Garcez estaria atuando como um dos articuladores políticos do PMN. Tido como um dos principais auxiliares de Cachoeira no esquema desmontado pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, ele teria ajudado na busca por novos filiados.
Francisco de Assis nega que o tucano participe de articulações em nome do PMN. O secretário-geral da sigla sustenta que Wladimir é amigo de Walter Paulo e fez visita a seu escritório político no dia em que o novo presidente negociava as filiações. “Ele foi tratar de amenidades, mas as pessoas que estavam lá saíram espalhando que ele trabalhava pelo PMN”, justifica. “Nós até queríamos ele no partido, mas isso não aconteceu.” Wladmir não foi encontrado pela reportagem.
Francisco também confirma ter convidado o pai de Andressa Mendonça, mulher de Carlinhos Cachoeira. No entanto, o ex-vereador em Goiatuba teria negado o convite, porém a esposa do contraventor filiou-se ao partido vai tentar a eleição em 2014.
O que podemos esperar de um partido político que acolhe pessoas envolvidas com o crime organizado?
Fonte: SindGESTOR

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