segunda-feira, 30 de setembro de 2013

É isso mesmo Marconi? Goiás têm mais vigilantes privados do que policiais militares?


Ao andar pelas ruas de Goiânia ou de qualquer outra capital brasileira é perceptível a crescente fortificação de residências, condomínios horizontais e verticais, comércios e prédios de empresas, que a cada dia investem pesadamente em sofisticados aparatos de segurança privada. Esse fenômeno de transformação do lar ou do local de trabalho em verdadeiros bunkers é o reflexo direto da sensação de medo e insegurança, causada pelo colapso da segurança pública, que não consegue responder à altura ao avanço da violência em Goiânia.
A onda pela procura de serviços de segurança privada também remete a outra questão polêmica, que é a participação de políticos ou agentes públicos ligados à segurança pública que são donos ou sócios de empresas que prestam serviço privado nesta área. Trata-se de uma situação paradoxal, pois aqueles que deveriam trabalhar pela segurança por meio do Estado estariam se beneficiando justamente da precariedade e das falhas do sistema de segurança ofertado pelo governo, que, aliás, arrecada alto graças à pesada carga tributária imposta ao contribuinte brasileiro.

Em Goiás existem 83 empresas autorizadas a prestarem serviços de segurança em seus diferentes ramos, como escolta armada, transporte de valores, segurança pessoal, segurança eletrônica, de eventos e patrimonial. De acordo com o Sindicato das Empresas de Se­gurança Privada, de Transporte de Valores e de Cursos de Forma­ção do Estado de Goiás (Sindesp-GO), em todo o Estado cerca de 14 mil profissionais trabalham na área, sendo que outros 22 mil teriam certificação para atuarem.
O número dos que trabalham no setor é maior do que o efetivo total da Polícia Militar de Goiás, que hoje conta com pouco mais de 12 mil militares em suas fileiras, responsáveis pelo policiamento preventivo e ostensivo. Os profissionais que estão aptos a trabalhar como seguranças totalizam quase o dobro do quadro geral da corporação goiana.
Nas mais de 80 empresas do ramo de segurança privada que operam em Goiás, não há comprovação documental de que políticos, oficiais da Polícia Militar, Bombei­ros Militar ou delegados de polícia sejam proprietários de alguma delas. Há, porém, cônjuges de agentes ligados à segurança pública que ocupam cargos de diretoria em duas empresas: Escudo Segurança e Vigilância Ltda, que tem como diretora Eunice Regina Costa Machado, mulher do delegado aposentado e deputado estadual Marcos Martins Machado (PSDB); e Diagonal Segurança e Vigilância Ltda, em que Tânia Sarah Nunes de Azevedo Romanowski, mulher do coronel reformado da PM Richard Félix Romanowski, também ocupa cargo de diretoria.    

Será que o povo tem dinheiro para ficar gastando com segurança privada? E a segurança pública que é de direito do trabalhador, não existe. Salvo aqueles que estão dispostos a desembolsar mês a mês uma quantia significante a uma pessoa sem renda, para este tipo de “luxo”, ou seja, o governo sempre terá sua segurança, o executivo, o empresário, vão ter estas condições, e o pobre que continue sendo assaltado. Passou da hora do governo tucambalacho mudar sua postura com o povo.

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