sábado, 23 de maio de 2015

A ameaça do SIMVE ao Promotor Krebs e a co-responsabilidade de Marconi Perillo.

Criado à revelia de orientação da própria Procuradoria Geral do Estado e contestado judicialmente desde o início de sua implantação, o SIMVE - Serviço Interesse Militar Voluntário do Estado de Goiás foi declarado inconstitucional no último dia 26 de março pelo STF e seus integrantes começaram a ser exonerados na última segunda-feira, 17/05. Desde o início chamava-se atenção para os problemas que esse serviço, carente de legalidade, poderia trazer para todos os envolvidos: cidadãos e policiais temporários. O primeiro grande problema acaba de surgir: integrante do SIMVE, abespinhado com a demissão extemporânea, fez graves ameaças ao Promotor Fernando Krebs, do Ministério Público de Goiás, que foi o primeiro a contestar a constitucionalidade do SIMVE na justiça goiana. Num grupo do aplicativo WhatsApp o soldado temporário fala com amigos em tom de desabafo: "hoje eu queria dar um tiro de simi-auto na cabeça do promotor crebs só pra ver se ele tá funcionando blza" (sic).
Mais adiante o mesmo soldado propõe a criação de um grupo de
mílicia armada no estado: "acho que o SIMVE agora podia montar uma milícia armada e tomar de conta desse goiás", e completa: "isso aqui terra de ninguém". Além do promotor, o Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, e o deputado estadual Major Araújo foram também ameaçados. Identificado pelo Jornal O Popular como sendo o policial temporário Cássio Carvalho Silva, o autor das ameças se diz arrependido e diz que o que vazou foi apenas uma parte da conversa, fora de contexto. Disse ainda que estava muito nervoso e contrariado com a demissão extemporânea, já que tinha feito planos para 33 meses de contrato temporário assinado com o estado. Segundo ele a demissão lhe trará sérias complicações.

Obviamente nada justifica as ameaças, e as medidas cabíveis serão tomadas, segundo declarou o próprio Promotor Fernando krebs na sua conta no twitter, mas a irresponsabilidade de Marconi Perillo, governador de Goiás e criador do programa SIMVE no estado não pode passar ao largo. Era sabido que o fim desse programa, ainda que os envolvidos o cumprissem na sua integralidade, não poderia ser controlado. Os maus integrantes, inevitavelmente, constituiriam, sim, uma potencial ameaça a ordem pública, pois estão todos treinados e são conhecedores das rotinas militares no estado. Não há como negar que Marconi Perillo criou uma força paramilitar pronta a agir no estado de Goiás.

Nenhum comentário :

Postar um comentário