Marconi Perillo, governador de Goiás e candidato à reeleição, visando o quarto mandato, continua demonstrando pouca capacidade de lidar com críticas ao seu governo. Misturando o público com o privado, Perillo continua dando azo a sua prática de calar seus críticos com processos judiciais. Em plena campanha eleitoral, o senhor governador de Goiás, depois de intentar contra o Facebook e o Twiiter, dá mais uma prova clara de que é pouco afeito a liberdade de expressão e opinião. Em ação protocolada na 12ª Vara Cível de Goiânia, Marconi Perillo interpôs ação de indenização contra o Promotor de Justiça de Goiás, Fernando Krebs. Atuante nas redes, como qualquer outro cidadão goiano que não compactua com certas práticas do governo de Perillo, Krebs tem emprestado sua verve em críticas pontuais e pertinentes, adstritas, porém, ao governo do estado. Marconi Perillo, no entanto, não consegue separar o homem público do cidadão, aquele que está governador, e que, portanto, está sujeito às críticas inerentes ao cargo, do homem Marconi. Em relação a liberdade constitucional de se exercer o direito à crítica, o STF, em julgamento de Mandado de Segurança prolatado pelo eminente Ministro Marco Aurélio Melo, assim de posicionou: "o homem público está na vitrina, é um livro aberto, e não se pode tomar a privacidade dele do modo como ocorre quanto aos cidadãos em geral. Presta contas, passo a passo, aos destinatários dos serviços a serem desenvolvidos, que, com isso, podem cobrar a necessária eficiência". Fica claro, portanto, que o desejo de Perillo não é o de promover o debate, de discutir projetos, de melhorar o seu governo. Ao confundir as críticas dirigidas ao seu governo com ofensas a si próprio, Marconi dá claros sinais de que não tem apreço pela democracia que, ironicamente, o elegeu por 5 vezes em Goiás. De bom alvitre, a lição do decano do STF, Ministro Celso de Melo, acerca da liberdade de expressão e opinião: "Nada mais nocivo, nada mais perigoso do que a pretensão do Estado de regular a liberdade de expressão, ou de ilegitimamente interferir em seu exercício, pois o pensamento há de ser livre, permanentemente livre, essencialmente livre". Que o povo goiano tenha o juízo e a capacidade de dizer a Marconi Perillo que Goiás não tem dono. Goiás é de todos nós!
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