quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Reforma que promete cortar R$ 2 bilhões em despesas é confissão da má gestão de Marconi Perillo.

À frente do executivo goiano há mais de 12 anos e no seu quarto mandato, Marconi Perillo (PSDB) enxergou agora que o estado é um gigante inoperante. A reforma administrativa anunciada promete economizar aproximadamente R$ 2 bilhões já nesse exercício de 2015. Mais de 16 mil cargos comissionados foram extintos e seis secretarias deixaram de existir. "Estamos entre os estados com maiores cortes", gaba-se Perillo. Inacreditável é que só agora, depois do estado perder a CELG e a sua capacidade de endividamento, já que o percentual máximo permitido para operações de créditos é de 18% da receita líquida do estado, o atual governo resolva por em prática os cortes anunciados. A redução prometida por Perillo representa aproximadamente 17% das despesas correntes do estado. Durante 12 anos a máquina pública comandada por Marconi Perillo e o PSDB em Goiás esteve muito inchada, e R$ 2 bilhões foram jogados no ralo a cada ano do famigerado Tempo Novo. Sem dúvidas isso denota falta de responsabilidade do gestor público. Para a oposição, Marconi manteve o inchaço da máquina pública para garantir a governabilidade, acomodando seus aliados em áreas absolutamente desnecessárias em detrimento de uma gestão eficiente, principalmente em áreas essenciais para a população, como é o caso da segurança pública de Goiás, uma das piores do Brasil. A falta de investimentos na segurança pública colocou Goiás no mapa mundial da violência e Goiânia, a capital, figura como a 23ª cidade mais violenta do mundo. Para o Deputado Federal Daniel Vilela (PMDB), "o governo de Marconi Perillo é o mais clientelista já visto na história de Goiás. Bilhões de reais gastos sem necessidades administrativas", postou Vilela na sua conta do Twitter. E faz uma pergunta pertinente e oportuna: "por que não tomaram essa iniciativa em 2011, só agora depois da reeleição?". Em 2012, envolto com o escândalo Cachoeira, desbaratado pela Operação Monte Carlo da Polícia Federal, Marconi intensificou os gastos com publicidade e "vendeu" Goiás como um estado enxuto e uma máquina administrativa operante. Foram R$ 600 milhões para segurar uma imagem de gestor eficiente e honesto. Findo o terceiro mandato e garantida a reeleição, a verdade veio à tona. O déficit do estado é de R$ 1,3 bilhões e a dívida consolidada ultrapassa R$ 22 bilhões. Os municípios cobram repasses que há 10 meses não são efetuados pelo estado e a dívida chega a R$ 120 milhões. Se tal reforma se efetivar de fato, há que se aplaudir o enxugamento da máquina. Resta, entretanto, saber se Marconi Perillo terá condições de conviver politicamente com a insatisfação de velhos aliados, que já manifestaram publicamente o ressentimento pelo não atendimento de suas demandas. 

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