segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Marconi Perillo defende a liberdade de expressão na França, mas processa e persegue chargista goiano.

Governador de Goiás homenageia chargistas franceses

Quem ouviu Marconi Perillo enquanto depositava flores em frente a sede do semanário Charlie Hebdo, em homenagem às vítimas do atentado terrorista ocorrido em Paris no último dia 7 de janeiro, talvez tenha ficado com a sensação de que não era o governador de Goiás. "Estou aqui para homenagear o valor da democracia, que é ancorado na liberdade de expressão", teria dito Perillo durante o gesto em defesa do direito dos chargistas expressarem suas críticas. Muito legítima a homenagem, mas o mesmo homem que defende a liberdade de expressão na França, que homenageou àqueles que sucumbiram porque expressavam-se por meios de charges, umas bem humoradas, outras nem tanto, foi capaz, aqui em Goiás, de levar aos tribunais um professor da rede pública de ensino porque não aceitou a crítica retratada numa charge. O Professor e Chargista Marcos Roberto dos Santos foi processado por Marconi Perillo por ter publicado, na sua página do facebook, 82 charges que tinham o propósito de protestar contra o projeto de lei do governador que retirava as conquistas da categoria, como a gratificação por titularidade, entre outras. Embora tenha vencido nos tribunais, o professor goiano sofreu toda sorte de perseguição: foi removido da escola estadual que trabalha havia 8 anos e foi demitido do jornal semanário, Tribuna do Planalto, onde era ilustrador, por forte influência dos governistas. "Foi um verdadeiro purgatório! Estava na justiça lutando contra a minha remoção, perdi meu emprego e minha vida financeira virou um caos", detalha Marcos Roberto. A violência contra o chargista goiano equipara-se à mesma violência que vitimou os chargistas franceses. A mesma mão que oferece rosas às vítimas da intolerância à liberdade de expressão lá em Paris, é a que patrocinou a violência contra o chargista goiano por não suportar a liberdade de se expressar de um cidadão. Como Marcos Roberto, outros 60 cidadãos goianos foram processados por Perillo por críticas ao seu governo, numa clara demonstração de força a partir da judicialização da opinião. 

Um comentário :

  1. Seria trágico se não fosse cômico. Entretanto partindo desse cidadão, está tudo na mais perfeita ordem. É o brejeiro deslumbrado, posando de estadista paroquial.

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