sábado, 28 de fevereiro de 2015

O impeachment de Dilma Roussef e o discurso oportunista de Marconi Perillo (PSDB).

Tem ganhado corpo a tese do impedimento da Presidente Dilma Roussef. O aprofundamento das investigações do escândalo do Petrolão tem respingado no PT e a tendência é arrastar Dilma para o centro do maior esquema de corrupção que se tem notícia na história contemporânea do Brasil. As delações premiadas, conseguidas com anuência da justiça, já revelaram que o PT recebeu mais de R$ 200 milhões do propinoduto instalado na Petrobrás. O rombo na estatal e a consequente perda de valor de mercado da maior empresa brasileira, podem sim, tecnicamente falando, culminar com um pedido de impeachment da Presidente. A oposição se prepara e convoca o povo, que já marcou data e hora para uma grande manifestação em favor da cassação de Dilma Roussef, o que colocaria fim ao ciclo petista no Brasil. Aqui em Goiás, instado a se manifestar, Marconi Perillo (PSDB), governador do estado, joga pra plateia e posa de vestal republicano, defensor da democracia e do estado de direito. "Eu não defendo essa tese do impeachment, do golpe", teria dito durante a abertura do II Congresso Estadual Ordinário da União Geral dos Trabalhadores no Estado de Goiás (UGT), no último dia 25. Ao chamar o movimento pró-impeachment de Dilma de golpe, Marconi, na realidade, advoga em causa própria. Assim como Dilma, Perillo enfrenta um mal explicado processo de rombo nas contas públicas do estado de Goiás. O recente bilionário perdão fiscal concedido à JBS, de Júnior Friboi, seu aliado nas últimas eleições, é outro imbróglio mal explicado. A venda da CELG por apenas 0,6% do seu valor de mercado, é outro ponto nevrálgico da administração tucana em Goiás, sem falar que seus processos continuam tramitando no STJ, inclusive aquele que apura seu envolvimento com o esquema comandado por Carlos Cachoeira, desbaratado pela PF em fevereiro de 2012, que entre outros, foi motivo para a cassação do ex-senador Demóstenes Torres. Um hipotético impeachment de Dilma Roussef poderia colocar o tucano goiano como a bola da vez. A defesa que Marconi faz do mandato de Dilma nada tem a ver com espírito democrático que ele diz ter, mas uma defesa de seu próprio mandato. O impedimento de Dilma representaria um real perigo pra todos aqueles que agiram locupletando-se do erário em detrimento dos mais comezinhos interesses sociais. Se o PT sofresse essa medida capital, iria, com sangue nos olhos, atrás de todos os tucanos passíveis da mesma medida. Com certeza Marconi seria o primeiro tucano da lista. Com rombo de mais de R$ 1,3 bilhões na contas do estado, uma dívida consolidada de mais de R$ 22 bilhões, dívidas com prefeituras que já ultrapassam R$ 120 milhões, doações de campanha de R$ 2 milhões recebidas das empresas Odebrecht e OAS, envolvidas no Petrolão, são alguns fatos atribuídos a Perillo que poderiam servir ao contra-ataque petista em caso da tese do impeachment de Dilma Roussef de fato se materializar.

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