Reportagem do jornal O Popular de hoje, 05/03, traz uma revelação estarrecedora do ponto de vista moral: o padre fantasma. O Pe. Luiz Augusto Ferreira, ou simplesmente "Padre Luiz", conhecido por suas inúmeras obras sociais e por levar multidões às celebrações, principalmente quando esteve à frente da Paróquia Sagrada Família, na Cidade Jardim em Goiânia, confessou que é funcionário da Assembleia Legislativa de Goiás há mais de 20 anos e que, desde que foi ordenado padre, nunca deu expediente naquela casa de leis. Segundo a reportagem, o salário do padre é de R$ 11,8 mil e ele está lotado na Diretoria Parlamentar. Em sua defesa, Pe. Luiz diz que está de licença desde 1995, quando foi ordenado padre e que nunca sacou um centavo do que foi depositado em sua conta. Tentando justificar o recebimento indevido dos salários na Assembleia, o pároco, hoje responsável pela Igreja Santa Teresinha do Menino Jesus, em Aparecida de Goiânia, diz que o dinheiro será usado para construção de um centro para tratamento de dependentes químicos. Ainda segundo o religioso, ele tentou pedir demissão por pelo menos oito vezes, mas nunca foi atendido. A revelação da condição de funcionário fantasma do religioso é estarrecedora pelo fato de que, em todo seu ministério de fé, Pe. Luiz tem pregado a observância da moral e aconselhado seus fiéis à prática incondicional da honestidade como condição do perdão e da Glória de Deus. Conhecido como o evangelizador das multidões e campeão em arrecadação de dízimo em Goiás (fala-se que a arrecadação mensal do dízimo na Paróquia Sagrada Família chegou a R$ 450 mil), Pe. Luiz foi afastado da comunidade Sagrada Família em maio de 2011, onde conseguia reunir 20 mil pessoas em uma única missa, e até hoje a Igreja não se manifestou claramente sobre o motivo que ensejou tal transferência. Na época, por recomendação do arcebispo de Goiânia, Dom Washington Cruz, Pe. Luiz foi obrigado a assinar um documento que o proibia de celebrar missa para o público. Em fevereiro de 2013 o hoje "padre fantasma" envolveu-se em outra polêmica, quando foi visitar o acusado de mandar assassinar o radialista Valério Luiz, Maurício Sampaio, na carceragem da delegacia de homicídios em Goiânia. Confrontado com o pai da vítima, Mané de Oliveira, que o acusava de não ter agido com a mesma deferência para com sua família, Pe. Luiz disse, na época, que culpado ou inocente, não deixaria de ser grato por todo o bem que Sampaio faz nas suas obras de caridade.
Nenhum comentário :
Postar um comentário