Procurador do MPF/GO, Helio Telho, diz que sucateamento do sistema prisional pode ser estratégia de Perillo.
O Procurador da República e Coordenador do Núcleo de Combate a Corrupção do Ministério Público Federal em Goiás, Hélio Telho Corrêa Filho, um dos mais atuantes no estado, usou sua conta no microblog twitter para chamar a atenção para o sucateamento do sistema prisional em Goiás. Para o Procurador, a omissão do governo de Marconi Perillo no trato com o sistema, permitindo sua completa inviabilidade, não é por acaso. Helio Telho entende que isso seria uma estratégia de Perillo para, ao final, entregar a gestão do sistema prisional goiano para as Organizações Sociais, as chamadas OSs: "sucatear o sistema para justificar a sua entrega às OSs. Essa parece ser a política do governo @marconiPerillo.", disse Telho no twitter nessa tarde de quinta-feira, 22/01. A preocupação do Procurador tem sentido. Perillo vinha tentando a formalização de uma PPP (Parceria Público Privada) para construção de um novo presídio em Goiás, o que culminaria com a concessão da administração do sistema prisional à iniciativa privada, incluindo aí a própria execução penal, o que foi contestado pelo Promotor da área de execução penal do Ministério Público de Goiás, Haroldo Caetano. Segundo Caetano, ao transferir a gestão do presídio ao particular, a execução penal não estaria a cargo exclusiva do estado, o que configuraria afronta ao Inciso III, Artigo 4º da Lei 11.079/2004. Por ora o governo estadual desistiu dessa empreitada, mas continua dando azo ao total sucateamento do sistema. Nos últimos dias a justiça determinou a soltura de presos por falta de vagas em cadeias públicas do interior. Em Goiânia, a juíza da infância e da juventude, Maria Socorro de Sousa Afonso, anunciou que a falta de vagas em centros de internações obrigaria a justiça a liberar aproximadamente 100 jovens infratores apreendidos por diversos crimes, inclusive homicídios. Esse caótico quadro da segurança pública de Goiás tem colocado o estado entre os piores do Brasil e a capital, Goiânia, já é considerada a 23ª mais violenta do mundo.
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