PMDB goiano recua na expulsão de infiéis e acena com adesão à base de Perillo.
A Executiva do PMDB goiano se reuniu ontem (10/11) para decidir a expulsão dos infiéis que apoiaram Marconi Perillo nas últimas eleições em detrimento do candidato do partido, Iris Rezende. A expectativa era grande quanto ao destino de figuras como Frederico Jayme, Júnior Friboi, Robledo Rezende e uma dezena de prefeitos e vereadores cooptados pelo governador do estado, reeleito para o 4º mandato. Prevaleceu, entretanto, o compadrio. Sem consenso, a executiva transferiu para a Comissão de Ética do partido o destino dos marconistas peemedebistas, o que deve acontecer somente em 2015 após a eleição da nova executiva. Tudo leva a crer, porém, que não haverá punições àqueles que agiram em desacordo com o estatuto e código de ética do PMDB. O deputado federal eleito, e mais bem votado do partido, Daniel Vilela, foi um dos que se colocaram contra a expulsão da turma marconistas. O defensor mais enfático da expulsão foi o Deputado Estadual eleito, José Nelto, que disse que vai propor ao conselho de ética, logo na semana que vem, a aplicação da pena máxima aos dissidentes. As atitudes de Frederico Jayme, cotado para assumir uma secretaria no governo de Marconi Perillo, e de Júnior Friboi foram extremamente prejudiciais ao PMDB e, concomitantemente, ao candidato Iris Rezende. Desde o início, Friboi atuou como um elefante em loja de louças e, tendo como aval o seu dinheiro, provocou um verdadeiro racha no partido, impossibilitando que o mesmo marchasse unido para o pleito. Depois de renunciar sob a alegação de que fora traído por Iris Rezende e sendo desmentido pela mídia, que apontou como causa verdadeira de sua renúncia à pré-candidatura ao governo pelo PMDB o fato da empresa JBS dever ao estado de Goiás mais de R$ 1,3 bilhões em impostos, Friboi resolveu tirar a máscara e declarar apoio ao Governador Marconi Perillo, que dizem, foi quem espalhou a notícia da dívida. Enquanto Friboi tratava de dividir o partido, Frederico Jayme atuava como coordenador da campanha de Perillo. Ao dispensar tamanha complacência aos traidores, o PMDB legitima a infidelidade partidária e, tacitamente, passa a ser mais um partido da base governista, o que é uma lástima para a política goiana. Como maior partido da oposição, o PMDB teria, em tese, a responsabilidade de conduzir a política de fiscalização ao governo de Goiás, mas é pouco provável que o faça, já que tanto os infiéis declarados quanto os demais peemedebistas contrários a expulsão dos traidores veem em Marconi Perillo o caminho para a própria ascensão, pouco importando qual será o destino do PMDB goiano. Aos autênticos peemedebistas resta resistirem com dignidade, sabendo, entretanto, que a luta é desigual.
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