domingo, 19 de janeiro de 2014

Em detrimento da verdade, Judiciário goiano condena Alcides e Braga.

"A verdade está na cara, mas a verdade não se impõe". As palavras de Arnaldo Jabor refletem uma situação que reina em Goiás: os fatos desmentem as versões, mas a verdade continua não se impondo. Decisão do Juiz da 10ª Vara Cível de Goiânia, condenou o ex-governador Alcides Rodrigues e o ex-secretário da Fazenda Jorcelino Braga, ao pagamento de R$ 100 mil ao governador Marconi Perillo, por, supostamente, terem cometido crime de calúnia contra o autor. Tudo isso porque Alcides e Braga expuseram o rombo que encontram nas contas do estado quando assumiram o governo, em 2007. Em decisão "extra petita" o juiz diz que a crítica dirigida pelos réus ao autor da ação poderia prejudicar o futuro político do atual governador do estado. Segundo o magistrado, ao dizer que encontraram "terra arrasada" e que Marconi inviabilizou acordo que salvaria a CELG, Alcides e Braga estavam, na verdade, denegrindo a imagem do então senador Marconi Perillo. O curioso é que os fatos estão aí: a CELG tá quebrada e o endividamento do Estado continua crescendo: saltou de R$ 14 bilhões para quase R$ 20 bilhões no período pós Marconi, segundo dados disponibilizados no PAF. Portanto, a verdade real dos fatos é pública e notória, mas essa verdade não se impõe, sobretudo porque o judiciário goiano resolveu, de uns dois anos pra cá, tutelar essa verdade. Vale lembrar que na campanha de 2010, em programa de rádio, Marconi disse com todas as letras que Jorcelino Braga era "chantagista" e "cobrador de propinas". E quem não se lembra do Governador chamando o ex-presidente Lula de "canalha"?  Coincidência ou não, o fato é que Perillo jacta-se de ganhar muito dinheiro com indenizações. Enquanto isso, a liberdade de dizer a verdade vai sendo tutelada por decisões judiciais teratológicas, que mais parecem as exordiais de tais ações.

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