Nos últimos dias, o Governo de Goiás deu mostras inequívocas de instabilidade administrativa e financeira, fatos que colocam em xeque as propagandas do governo. Em menos de uma semana foram três recuos do governo de Goiás. Primeiro foram as tais trocas de placas automotivas, medida que implicaria na substituição de todas as placas de carros e motos que circulam no Estado. Seriam aproximadamente 3.200 proprietários de veículos que estariam obrigados a trocar o equipamento veicular. O custo dessa imposição renderia algo em torno de R$ 480 milhões. Bombardeado nas redes e, principalmente, pelo Deputado Ronaldo Caiado, que não poupou críticas à medida e acusou o Governo de estar fazendo caixa 2 para ser aplicado na campanha de Perillo, o DETRAN anunciou a suspensão da medida, alegando que não estavam preparados para atender os usuários. Para a população, no entanto, o real motivo desse primeiro recuo de Perillo foi a falta de transparência no processo e o receio do Governo ter que enfrentar uma investigação que poderia apontar ilícitos às vésperas da eleição. O segundo recuo do Governo foi a suspensão do aumento na contribuição do IPASGO para os servidores públicos. Anunciada na sexta, o aumento, na ordem de 9,65%, foi suspenso na terça-feira, segundo explicações dos assessores de Perillo, atendendo a pedido do próprio governador, que teria ficado "sensibilizado" com a manifestação dos servidores. Outra bola fora dos palacianos que, mesmo com o recuo da medida, não conseguiram reverter o estrago que o anúncio do aumento já havia causado ao candidato da situação. O terceiro recuo do Governo diz respeito a desistência do empréstimo de R$ 80 milhões que Perillo havia solicitado ao TJ/GO, que, segundo o Secretário da Fazenda, seria usado para pagar a folha do funcionalismo. Com grande repercussão negativa nas redes, já que a notícia deu a entender que o Estado não tem dinheiro para pagar a folha, além da manifestação contrária à concessão do empréstimo pela Associação dos Magistrados de Goiás - ASMEGO e da propositura de ação questionando recente empréstimo feito junto ao TCE/GO feita pelo Procurador de Contas Dr. Fernando Carneiro, Perillo, mais uma vez, "engoliu o caroço", como se diz na gíria aqui da rua quando queremos nominar alguém que voltou atrás em uma decisão. Foram atitudes que demonstram uma inquestionável instabilidade da administração. Deixam claro que as coisas não estão sob controle e passam a sensação de que o governo teme muito por sua imagem, que, convenhamos, já está muito, mas muito, arranhada.
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