sexta-feira, 28 de março de 2014

A sensualidade feminina é um dom natural e não algo a ser criminalizado.

Pesquisa do IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, revela um absurdo. Segundo o levantamento publicado ontem, 27/03, 65% dos entrevistados disseram que "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas", e que "se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros". Difícil encontrarmos um adjetivo para ilustrar a irracionalidade do resultado da pesquisa. Isso demonstra, no entanto, que existe, entre os brasileiros, um vácuo sócio-moral de magnitude estratosférico. A meu ver, não parece ser uma intolerância machista, que porventura ainda persistiria em nosso meio, mas uma visão caolha de um povo que não evoluiu, vítima, sobretudo, da ação de grupos dominantes e corruptos. Atribuir responsabilidade à mulher pela violência que a comete todos os dias em nosso país, é de uma ignorância ímpar. Infelizmente, essa parcela dos brasileiros, que assim pensam, são os mesmos que elegem os políticos que dirigem a nação, o estado e os municípios. Ignóbeis que tendem a criminalizar a vítima, são parcos de visão e de discernimento. São infelizes que não conseguem separar o que seja causa e o que é consequência. O direito das mulheres sobre o próprio corpo é algo inalienável. São livres e merecem a proteção do estado, seja em que trajes for. A pesquisa do IPEA retrata o nível do povo brasileiro: bestializados e amedrontados, consequência de anos de submissão a um regime político corrupto que, para se manter, cria sofismas e outras falácias a fim de que o povo continue tolo e estúpido. Essa forma de pensar cria uma sociedade refém de si própria, para que admita que a culpa não é dos corruptos e omissos, mas de si mesma. Uma pessoa que é roubada, por exemplo, tende a achar que deu causa a tal infortúnio porque não tomou os devidos cuidados. O errado não é o viver sem sem se prevenir dos criminosos. Errado é quem rouba e ponto final. A sensualidade faz parte da natureza feminina e ninguém tem o direito de criminalizar o dom que as mulheres tem de encantar os homens.

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