A Frase de Edmund Burke, filósofo e político anglo-irlandês, soa como uma súplica àqueles que se indignam com as mazelas que vitima a sociedade brasileira como um todo. A corrupção desenfreada no seio da administração pública, causa primária de todos os males, tem levado muita gente do bem ao completo desinteresse pela política. É comum encontrarmos pessoas pregando o fim do voto, uma vez que, na concepção destas, os pseudos destinatários de tal outorga não merecem tamanha consideração. São todos farinha do mesmo saco, dizem aqueles cansados da decepção de se eleger gato por lebre. E, de fato, subsiste razão aos que assim pensam, já que, uma vez eleitos, os políticos abandonam o discurso da eleição e dão azo à condutas contrárias ao mandato concedido por seu eleitores. Eleição após eleição, "quebramos a cara" com aqueles que juraram defender os interesses da sociedade que representam. Uma vez eleitos, o corporativismo suplanta os interesses sociais, o idealismo dá lugar ao fisiologismo e o povo é relegado ao último plano. Prova disso é a atual legislatura da Câmara Municipal de Goiânia. A aprovação, goela abaixo da população, do plano diretor de Goiânia, os escândalos na AMMA, o Prefeito Paulo Garcia que tornou-se arrogante e não ouve mais seus eleitores, repetindo os erros de Perillo no trato com a educação. Tudo isso, toda essa prática política distante do desejo do povo, contribui para que grande parte da população abstenha-se da política, da discussão, da cobrança das promessas de campanha e, sobretudo, se afaste da luta permanente de combate à corrupção. É tudo que os maus políticos precisam: que o cidadão de bem isole-se do processo político. Os corruptos, autoritários e anti-democráticos, não querem o povo participando, não querem o povo opinando, cobrando, protestando, manifestando-se. Por isso, amigos, não percamos a fé, não nos permitamos desistir e nem que outros desistam. Sigamos firme no propósito de um Brasil melhor, de um Goiás melhor para nós e para os nossos. Nâo nos afastemos do processo político, das decisões. Vamos cobrar, sem paixões exacerbadas, sem sectarismo, a ética na política. Vamos denunciar os atos de corrupção, vamos lutar sempre para que os maus políticos sejam expurgados da política. Não deixemos que o mal triunfe.
Por Cloves Reges Maia, brasileiro, goiano, que ainda acredita que a política pode ser feita por homens probos.
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