Paulo Garcia e Marconi Perillo: dois pesos e duas medidas.
Não se trata aqui de fazer proselitismo para quem quer que seja, nem tampouco criar falácias que possam justificar o erro e incompetências, já que dois errados não fazem um certo. Vejo, porém, que Marconi Perillo, enquanto governador do Estado, não tem merecido o mesmo rigoroso julgamento político/administrativo que a grande maioria da população goianiense tem dispensado ao Prefeito Paulo Garcia. O executivo municipal tem experimentado sucessivas derrotas na câmara, o que tem dificultado o desempenho de Garcia à frente da Prefeitura. É visível a falta de traquejo político de Paulo Garcia e seu staf não tem ajudado. Some-se a isso, a oposição sistemática que um grupo de vereadores tem dispensado ao prefeito e os projetos impopulares enviados pelo Paço ao legislativo municipal, tais como a mudança do plano diretor da cidade e o aumento do IPTU. Sem dinheiro e sem apoio dos vereadores, a Capital goiana sofre as consequências de uma administração questionável. Ressalte-se que todas essas dificuldades do prefeito são exaustivamente divulgadas na mídia goiana, que não tem poupado Paulo Garcia de críticas contundentes, muitas com absoluta razão. E a situação do Estado, seria melhor? Enquanto Garcia sofreu e não conseguiu aprovar o aumento do IPTU para o próximo ano, mesmo cedendo no percentual pretendido, Marconi voa em céu de brigadeiro na Assembleia Legislativa. Não terá a mínima dificuldade para aprovar aumento de 3.000% nas taxas do DETRAN-GO, muito embora os deputados tenham feito cara de espanto com o tamanho do aumento, e não terá também para aprovar a mudança no superávit primário acertado com a União, que era de R$ 440 milhões. Com o apoio dos deputados, Marconi irá fechar o ano com déficit de cerca de R$ 650 milhões. A dívida consolidada do estado é algo em torno de R$ 22 bilhões, cerca de R$ 10 bilhões a mais do que em 2010, quando recebeu o governo de Alcides Rodrigues. A conta centralizadora do estado apresentava, em 2013, um déficit de mais de R$ 526 milhões e as contas de 2012 e 2013, aprovada com ressalvas no TCE, já que havia o descumprimento de 2 metas fiscais e aplicação abaixo do mínimo exigido para a educação, foram aprovadas por unanimidade na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás. A violência, que desde o primeiro Governo de Marconi aumentou 230% em Goiás, vai fechar o ano como o mais violento do 3º mandato do tucano e o estado com o horroroso título de 5º mais violento do Brasil. O próprio TCU, em parceria com o TCE/GO, num levantamento denominado "Política da boa Governança" apontou uma série de deficiências do governo Marconi nas áreas da segurança pública, educação, infra-estrutura e meio ambiente. Com orçamento furado, Perillo usou e abusou da suplementação de verbas, que é o ato de tirar dinheiro de uma pasta para cobrir despesas em outra. Com todos os problemas na segurança pública, com taxas de homicídios superando os 40 por cada grupo de 100 mil habitantes, Marconi Perillo retirou R$ 130 milhões da pasta para pagar juros da dívida da CELG, estatal que foi vendida pela bagatela de 0,6% do seu valor de mercado. Outra aberração que Perillo não teve dificuldades de aprovar na ALEGO. E por que tudo isso não vem à tona? Por que, com toda essa deficiência administrativa, Marconi tem se sobressaído como o político do ano em Goiás? Há na política goiana dois pesos e duas medidas. Em Goiás, não se julga o administrador por sua capacidade administrativa, mas por sua capacidade de criar os fatos que lhe convém.
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