Com a ingerência de Perillo na eleição da Câmara de Goiânia, oposição a Paulo Garcia perde credibilidade.
Com a atuação destacada do Palácio das Esmeraldas na eleição da mesa diretora da Câmara Municipal de Goiânia, a oposição ao governo do prefeito Paulo Garcia (PT) perde sua isenção. É fato que o petista tem se revelado de pouca competência na administração da capital e que as medidas polêmicas enviadas pelo Paço, como aumento abusivo do IPTU, mudança do Plano Diretor e venda de áreas públicas foram merecedoras da resistência oposicionista na Câmara, protagonizadas, principalmente, pelos vereadores Djalma Araújo (SSD) e Elias Vaz (PSOL). O Prefeito Paulo Garcia não tem tido vida fácil no seu segundo mandato, principalmente depois que Araújo deixou o PT. Embora a oposição praticada pelo ex-PT seja carregada de ressentimento, ninguém pode acusá-lo de fazer oposição irresponsável, já que em todos os temas que tem se oposto com maior ênfase sempre esteve ao lado dos interesses da comunidade. Elias Vaz, embora tenha sido acusado, em passado recente, de agir para prejudicar a Prefeitura defendendo interesses do bicheiro Carlos Cachoeira, também tem se destacado na defesa intransigente dos interesses da coletividade. Contudo, a eleição do vereador Anselmo Pereira (PSDB) para a presidência da Câmara de Goiânia reveste a oposição ao Prefeito de um novo viés: o de cooptada. Não é segredo pra ninguém que o governo estadual usou seu poderio político para bancar Anselmo e dificultar a vida do Prefeito Paulo Garcia numa inquestionável estratégia de assunção ao Paço em 2016. O presidente do PSDB goiano já adiantou que o partido faria o que fosse preciso para chegar forte em 2016 com candidato próprio à Prefeitura de Goiânia. A presidência do legislativo municipal foi o primeiro e importante passo nessa pretensão. Com a presidência da casa e das principais comissões nas mãos dos oposicionistas, Paulo Garcia tem diminuída ainda mais suas chances de superar o baixo prestígio entre a classe política de Goiás e, principalmente, junto ao eleitorado goianiense, complicando e muito a vida do seu partido e do aliado PMDB, que, em virtude disso, deve, em breve, anunciar seu divórcio com o PT em Goiânia. Destarte, mesmo que a oposição em Goiânia esteja embuída no propósito de defender os interesses da população, não passará despercebida a intenção do Palácio das Esmeraldas de agir sempre para dificultar a atuação de Garcia. Nesse diapasão, a contundente atuação dos vereadores que lideram a resistência ao Paço serão vistas como suspeitas e estarão ligadas aos interesses não tao republicanos do Governo Estadual, que vislumbra o pleito de 2016. Ao compactuarem com as negociações para eleição da mesa diretora, patrocinada pelo Governo Estadual, os vereadores oposicionistas perdem a credibilidade e a isenção e passam a cumprir um papel secundário e fisiológico no cenário político goianiense.
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