O nome da SANEAGO aparece em lista apreendida na casa do doleiro Youssef
Planilha apreendida na casa do doleiro Alberto Youssef, preso na primeira fase da Operação Lava Jato da PF, que investiga, possivelmente, o maior episódio de desvio de dinheiro público da história do Brasil, demonstra que a atuação do doleiro extrapola os limites da Petrobras e estende seus tentáculos sobre outras estatais federais, órgãos públicos estaduais, prefeituras e empresas privadas. O nome da SANEAGO - Saneamento de Goiás S/A., aparece na lista. Não é possível, entretanto, saber se e em qual contrato pode ter havido a participação de Youssef. Das empresas envolvidas no chamado "Petrolão", a única que mantém contrato com a estatal goiana é a Odebrecht, que por meio da sua subsidiária Odebrecht Ambiental venceu licitação para a exploração da coleta e tratamento de esgoto nas cidades de Aparecida de Goiânia, Trindade, Rio Verde e Jataí. Pela subdelegação dos serviços a Odebrecht paga à SANEAGO algo em torno de R$ 9,1 milhões por ano. Esse contrato, que tem duração de 30 anos, foi alvo de ação protocolada pelo Ministério Público na justiça goiana, pois há, entre os promotores, o entendimento de que houve terceirização dos serviços, o que seria vedado por lei. O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (STIUEG) teme que com essa terceirização travestida de subdelegação a população ficará a mercê dos interesses comerciais, em um serviço público que não deve visar o lucro. Nas últimas eleições para governador, a Odebrecht doou para a campanha do governador reeleito, Marconi Perillo (PSDB) mais de R$ 1,5 milhões. É fato, não obstante, que o nome da SANEAGO na lista apreendida pela PF na casa do doleiro, preso na Operação Lava Jato, requer uma investigação mais aprofundada a fim de que não pairem dúvidas na relação entre a empreiteira investigada e a empresa goiana.
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